segunda-feira, novembro 09, 2009

História


O domínio em algo que você passa de forma segura pelo único motivo de saber a sua origem é o que faz presente na abordagem historiográfica, pois quando nos atentamos para entender a construção da nossa história e tudo o que ela tem a nos oferecer, não encontramos muito o que sustente de modo reconfortante o ponto de vista mostrado pelo o nosso dia-a-dia, por isso é imprescindível apropriasse desta nova mentalidade.
Faço História para reconhecer o que existe de mais complexo na origem de uma narração, ou melhor, de uma discussão acerca dos fatos históricos tratados e discutidos através dos “Formadores de Opiniões” da História.
Pois o reconhecer do passado nos transmite a uma melhor confiança do que somos e o que fomos, por isso, o despertar para a História, é o mesmo que buscar as respostas de questões que ficaram entre tempos já não mais existentes.
Em todos os tempos, a análise dos fatos serviam para registrar determinados acontecimentos que eram julgados importantes. A partir daí, estes registros fundamentaram o que podemos chamar hoje de história.
O olhar no passado nos remete a pensar no futuro, mas o entendimento tem de partir do agora, do presente. Por isso, o papel desta disciplina é fundamental para qualquer um.
Eis aqui o motivo da minha escolha!


Discussão acerca da História
A partir do Livro
A Escola dos Annales
PETER BURKE

O livro A Escola dos Annales do autor Peter Burke possibilita a compreensão na construção das estruturas historiográficas, partindo da necessidade de reflexão de uma história tradicional para a abrangência nas complexas e múltiplas fontes e temas vinculados neste estudo. Abrindo várias possibilidades e remontando o conhecimento através de grandes pensadores que idealizaram e interagiram neste movimento rompendo fronteiras e expandindo ainda mais o campo de seus conhecimentos.
O movimento dos Annales foi dividido em três fases, segundo Burke. No primeiro momento entre 1920 à 1945, nesta fase foi caracterizada por um olhar diferenciado
a cerca da história tradicional, política e de eventos. Discutindo uma nova história, trazendo um diálogo com outras disciplinas e promovendo grandes transformações na maneira de pensar e relatar os fatos históricos. Mantendo assim, um vínculo interdisciplinar diante dos acontecimentos da época. Como dizia Febvre: “Historiadores, sejam geógrafos, sejam juristas, também, sociólogos, e psicólogos”.
Na segunda fase da Escola dos Annales, segundo Peter Burke foi dominada pela presença de Fernand Braudel, com conceitos diferentes (particularmente estrutura e conjuntura) e novos métodos, como a “historia serial”, das mudanças na longa duração. Neste momento, depois da Segunda Guerra Mundial, a história mais uma vez estava em meio às transformações partindo para alcances antes não explorados e formulando possibilidades em torno destes novos traços em outros campos da história, difundindo e ampliando as mentalidades para conceituar uma nova abordagem.
Em sua terceira fase, por volta de 1968, é profundamente marcada pela fragmentação de seu grupo. A esta geração é a primeira a incluir mulheres, pois os historiadores anteriores dos Annales haviam sido criticados pelas feministas por deixarem a mulher fora da história. É também aberta a idéias vindas do exterior, por ter dos seus membros este conhecimento de outras localidades e tem a sua redescoberta na história das mentalidades, retornando a política ou a narrativa e desta forma excluindo trabalhos interessantes como a contribuição feita à história das mulheres.
A partir da referência das três gerações que compõem a construção da Escola dos Annales é possível analisar e buscar de fato as contribuições deixadas por este movimento que mostrou uma nova história, com novas abordagens, com uma história problema, fugindo da tradicionalidade e se relacionando com outras atividades e disciplinas, buscando ter o sentido de uma história totalizante, ampliando o seu espaço e percorrendo em áreas desconhecidas. Incluindo as menorias atuantes das suas próprias histórias.

Desde os primórdios da história, no tempo do próprio Heródoto, a narrativa histórica só tinha lugar para a memória dos dominantes, daqueles relacionados às classes de chefias. A partir do século XVIII começou a se pensar em uma “história da sociedade”, já no século XIX pensaram na história como um campo que três forças interagiam como, o Estado, a Religião e a Cultura, no que Michelet dizia: “A história daqueles que sofreram, trabalharam, definharam e morreram sem ter a possibilidade de descrever seus desenvolvimentos”.
Com este processo de envolvimento crescente na busca de outras abordagens surge um ideal em algo mais amplo, um conhecimento de pesquisa que discutisse com vários pensamentos, fundando assim, o movimento dos Annales, tendo na sua primeira geração Lucien Febvre e Marc Bloch como líderes, formando definitivamente uma nova perspectiva ideológica na narração da história. O início de uma transformação que partiria para vários campos relacionando-se entre si.
A contribuição deste movimento, sem sombra de dúvidas, foi de extrema importância na retirada de uma limitada narrativa para a partir daí, uma eterna problemática. Em seu campo de tantas incertezas e histórias formadas, o questionamento se fez presente e constante no relatar de um fato histórico, nas descrições das fontes históricas e até na própria narração do historiador. Nada pode ser definido e tudo pode ser questionado.
A história e toda a sua complexidade tem A Escola do Annales como referência de uma retomada na estruturação dos pensamentos e comportamentos daqueles que fizeram esse movimento. Se antes eram tratadas as narrativas limitadas nos campos políticos e, hoje é possível relacioná-la com todas as outras coisas, deve-se evidentemente olhar para a própria
história da história para poder compreendê-la e, a história verdadeiramente como tem de ser, ampla e total só partiu a partir desta contribuição.

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